domingo, 1 de julho de 2012

Mais uma vergonha

Faz tempo que o Brasil vai mal das pernas quando o tema é saúde pública. Simplesmente não conseguimos dar jeito em doenças que até a África de uma forma ou de outra consegue controlar.
Com exceção da AIDS, em que somos referência de bom atendimento e competência, os outros programas de erradicação de doenças vão mal.
A dengue ano a ano bate recordes e agora mesmo, erguida de novo a condição de epidemia, faz as autoridades do Rio de Janeiro pedirem ao exército e aos hospitais universitários que disponibilizem leitos para internar as vítimas da doença.
A hanseníase está fora de controle, com índices muito acima dos índices prometidos pelo Governo para sua erradicação, o que nos coloca atrás de países como a Índia.
A malária, como sempre, firme e forte, cobra sua quota de sacrifícios da população nas áreas de risco, sem qualquer sinal de arrefecimento.
A febre amarela, ainda em sua forma silvestre, dá as caras como quem não quer nada, se espalhando pelo país no ritmo das escolas de samba desfilando rápidas para cumprir seu tempo nos grandes desfiles de carnaval.
E como se não bastasse, acaba de sair do forno a notícia de que o Brasil não cumpre as metas para a cura da tuberculose. Nesta, estamos atrás de países como o Congo. E aqui também não há nada que indique uma melhora nos procedimentos e, consequentemente, uma melhora nos números.
Vamos mal mesmo e o que se vê é que ao longo dos últimos anos só descemos a ladeira, rumo a patamares inaceitáveis para uma nação em que o Governo se diz preocupado com o social.
O Ministro da Saúde fala, explica, mas não convence. Os fatos se encarregam de desmentir S. Exa., por mais boa vontade e compreensão que tenhamos.
A saúde pública nacional, que curiosamente é eficiente na remuneração dos procedimentos de média e alta complexidade hospitalar, não consegue fazer o básico. Não faz a lição de casa. Não consegue agir preventivamente no combate a doenças endêmicas e epidêmicas que afetam a população e, como conseqüência, não consegue garantir um atendimento digno aos milhares de cidadãos que buscam socorro em suas unidades de atendimento.
As filas se multiplicam nos hospitais e os postos de saúde atendem precariamente, prejudicados pela falta de material imprescindível para seu funcionamento.
Diante deste quadro, que se deteriora dia a dia, fica a pergunta: que social é este onde a saúde pública não apresenta esperanças e o atendimento da população só piora?

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Enfermeiro Washington.