Faz tempo que o Brasil vai mal das pernas quando o tema é saúde
pública. Simplesmente não conseguimos dar jeito em doenças que até a
África de uma forma ou de outra consegue controlar.
Com exceção da
AIDS, em que somos referência de bom atendimento e competência, os
outros programas de erradicação de doenças vão mal.
A dengue ano a
ano bate recordes e agora mesmo, erguida de novo a condição de
epidemia, faz as autoridades do Rio de Janeiro pedirem ao exército e aos
hospitais universitários que disponibilizem leitos para internar as
vítimas da doença.
A hanseníase está fora de controle, com índices
muito acima dos índices prometidos pelo Governo para sua erradicação, o
que nos coloca atrás de países como a Índia.
A malária, como
sempre, firme e forte, cobra sua quota de sacrifícios da população nas
áreas de risco, sem qualquer sinal de arrefecimento.
A febre
amarela, ainda em sua forma silvestre, dá as caras como quem não quer
nada, se espalhando pelo país no ritmo das escolas de samba desfilando
rápidas para cumprir seu tempo nos grandes desfiles de carnaval.
E
como se não bastasse, acaba de sair do forno a notícia de que o Brasil
não cumpre as metas para a cura da tuberculose. Nesta, estamos atrás de
países como o Congo. E aqui também não há nada que indique uma melhora
nos procedimentos e, consequentemente, uma melhora nos números.
Vamos
mal mesmo e o que se vê é que ao longo dos últimos anos só descemos a
ladeira, rumo a patamares inaceitáveis para uma nação em que o Governo
se diz preocupado com o social.
O Ministro da Saúde fala, explica,
mas não convence. Os fatos se encarregam de desmentir S. Exa., por mais
boa vontade e compreensão que tenhamos.
A saúde pública nacional,
que curiosamente é eficiente na remuneração dos procedimentos de média e
alta complexidade hospitalar, não consegue fazer o básico. Não faz a
lição de casa. Não consegue agir preventivamente no combate a doenças
endêmicas e epidêmicas que afetam a população e, como conseqüência, não
consegue garantir um atendimento digno aos milhares de cidadãos que
buscam socorro em suas unidades de atendimento.
As filas se
multiplicam nos hospitais e os postos de saúde atendem precariamente,
prejudicados pela falta de material imprescindível para seu
funcionamento.
Diante deste quadro, que se deteriora dia a dia,
fica a pergunta: que social é este onde a saúde pública não apresenta
esperanças e o atendimento da população só piora?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O SUS que nós queremos é um SITE aberto à comentários, entretanto informa que as publicações devem ser relacionadas aos temas aqui desenvolvidos, se reserva o direito de excluir qualquer postagens que fira a regra da boa conduta e que possam ofender ou comprometer pessoas ou instituições.
Pedimos aos editores de comentários que ainda não forem cadastrados no Blog, que procurem se identificar.
Obrigado.
Enfermeiro Washington.